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Foto: Lavoura de Campo Nativo e Milho no Assentamento Conquista de Liberdade, 4º distrito de Piratini/RS. |
O Rio Grande do Sul como um todo vêm sofrendo há anos com uma crise hídrica, porém, nesses últimos está se tornando sequencial. Isto não é diferente no município de Piratini, localizado na Zona Sul do estado, pelo contrário, vem se tornando um dos mais lesado com a estiagem nos últimos três anos seguidos. Sequência essa que torna crucial principalmente para o morador da zona rural, agricultores e pecuaristas que dependem das chuvas para gerar a produção.
De acordo com o laudo técnico da Emater de janeiro, a safra 2022/2023 está sendo atingida em virtude da deficiência hídrica, afetando o desenvolvimento da plantação de soja, milho, feijão e fumo, além do atraso no plantio, bem como as fases das culturas como desenvolvimento vegetativo, floração e enchimento de grãos. O conjunto dessas intempéries climáticas causaram condições desfavoráveis às lavouras de soja e milho, trazendo prejuízo aos agricultores do município que tem 30% de seu Produto Interno Bruto (PIB) originado pela atividade agrícola. O documento foi elaborado após ouvir agricultores, técnicos autônomos, cooperativas de leite e diversos órgãos ligados à agricultura e pecuária, bem como o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural do município, Leonardo Polina Pereira.
Os efeitos da estiagem são visíveis, causando grande mobilização da prefeitura para dar amparo aquelas pessoas que buscam a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural pedindo apoio, na maioria das veze pedindo água potável em suas residências. São aproximadamente 300 famílias no interior recebendo água através de caminhões tanque neste momento, tendo a possibilidade de aumentar este número se não vier a chover significamente nos próximos dias.
Segundo dados da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), cerca de um milhão de litros de água por mês está sendo retirada da unidade de tratamento por caminhões-pipa e sendo distribuída pela prefeitura para famílias atingidas no interior. Este número é equivalente a metade da água consumida durante 24 horas pelos moradores da cidade e Vila do Cancelão. Os dados mostram tamanho empenho da prefeitura e Corsan em viabilizar este serviço aos moradores afetados pela falta de água no área rural.
O município decretou situação de emergência no dia 6 de janeiro e está homologado pelo governo estadual e federal. Na oportunidade, os prejuízos ultrapassavam 120 milhões, valor este que agora praticamente dobrou.
Uma comitiva de ministros do governo federal estiveram reunidos em Hulha Negra, no dia 23 de janeiro, para anunciar o repasse de R$ 430 milhões para o RS, sendo cerca de R$ 300 milhões em financiamentos, para ações emergenciais nas áreas de agricultura, desenvolvimento social e defesa civil. As medidas se somam a uma série de anúncios feitos pelo governo do Estado na última semana em socorro aos produtores.
Piratini News