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Região Sul: Operação Rede Segura do Ministério Público desarticula grupo criminoso responsável por furtos, roubos e receptação de cabos
O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), por meio da Promotoria de Justiça Criminal de Pelotas, com o apoio do 10° Núcleo Regional do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) – Sul, deflagrou nesta quarta-feira, dia 14 de maio, a “Operação Rede Segura”. Foi desarticulado um grupo que furtava ou roubava fios e cabos de cobre de empresas e propriedades rurais no Sul do Estado para depois revender para receptadores, principalmente no Vale do Sinos. O prejuízo estimado supera R$ 2 milhões.
Foram cumpridos 38 mandados de busca e apreensão em Capão do Leão, Pelotas, Santa Vitória do Palmar, São Leopoldo e Novo Hamburgo. Participam da ação 35 agentes do GAECO, cerca de 160 da Brigada Militar, outros 30 da Polícia Penal e mais 30 da Força-Tarefa de Fios e Cabos do governo estadual. A operação, que contou com a presença do coordenador do GAECO no Estado, promotor de Justiça André Dal Molin, é coordenada pelo promotor de Justiça Érico Rezende Russo, da Promotoria de Justiça Criminal de Pelotas, com apoio do promotor Rogério Meirelles Caldas, coordenador do 10º Núcleo do GAECO – Sul.
O objetivo do MPRS, com apoio do GAECO, nesta operação é obter mais provas contra os criminosos. Por isso, foram apreendidos documentos e objetos ilícitos que estavam com investigados ou empresas suspeitas; celulares; equipamentos de informática e de mídias eletrônicas e outros arquivos eletrônicos; dinheiro sem procedência e celulares.
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NÚCLEOS
O grupo criminoso tem dois núcleos: o de furtos e roubos, além do envolvido em receptação. O primeiro núcleo tem base em Capão do Leão e se especializou em roubar e furtar fios e cabos de cobre de empresas de grande porte e de propriedades rurais em toda região Sul. São pelo menos 16 investigados que atuam também em Pelotas e Santa Vitória do Palmar. O outro núcleo tem pelo menos quatro investigados, com pessoas da região e também de São Leopoldo e Novo Hamburgo. Os criminosos são responsáveis pelo armazenamento dos produtos e também mantêm uma rede de contatos com compradores e intermediários para garantir uma rápida circulação dos materiais roubados ou furtados.
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FORMA DE AGIR
Conforme apuração do MPRS, o grupo escolhia o alvo, planejava e cometia os assaltos ou furtos para depois armazenar temporariamente os fios e cabos. Tudo isso ocorria na zona sul do Estado. Após estas etapas, os criminosos negociavam o cobre, que era transportado pelos próprios compradores. Os ataques, geralmente, ocorriam durante a madrugada e envolviam entre cinco e oito criminosos que usavam roupas camufladas, toucas ninja ou máscaras, luvas, botas e coletes balísticos. Armados com pistolas, revólveres e até armas longas, eles escolhiam propriedades rurais e empresas de grande porte. Muitos dos roubos ocorreram no Bairro Jardim América, em Capão do Leão.
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ROUBOS
Segundo dados obtidos pelo promotor Érico Russo, somente em Pelotas, em todo ano de 2024, houve 250 furtos de fios e cabos, uma média de 20 por mês. Neste ano, até abril, foram 77 casos, uma média de 19 ocorrências mensais. Por exemplo, o grupo assaltou uma arrozeira em Pelotas, em novembro do ano passado. Os funcionários foram mantidos reféns por cerca de cinco horas enquanto os ladrões levavam fios de cobre. A indústria ficou inoperante por sete dias após o crime.
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Em janeiro deste ano, os criminosos invadiram a Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), trocaram tiros com vigilantes e fizeram reféns. Tudo isso para roubar fios de cobre. No mês passado, houve furtos de cabos da rede de semáforos, também em Pelotas, o que comprometeu o sistema e prejudicou o trânsito no município.
Fonte: Ministério Público do Rio Grande do Sul